Nunca Ray LaMontagne tinha ido tão longe em ir tão atrás. As
influências psicadélicas eram já percepíveis nos quatro discos anteriores, mas
a melancolia e algum intimismo eram ainda as notas dominantes. Este Supernova
é, pelo contrário, uma explosão de cores, que se desenvolve em paletas sonoras estritamente
confinadas ao final dos anos sessenta. Às tantas, convencemo-nos de que estamos
a ouvir os Pink Floyd de Syd Barrett, em "Smashing", os Jefferson
Airplane, em "Lavender", Neil Young, em "Ojai", os Byrds,
em "Drive-in Movies", e por aí fora. E depois há canções, como
"Pick Up a Gun", quase perfeitas, na sensação de terem absorvido toda
uma época revista pelos anos que lhe sucederam. É certo que parte da magia vem
da produção de Dan Bauerbach (Black Keys), mas - justiça seja feita - o
material de base, as canções, está bem à altura da ambição. Os fãs, claro, vão
ter saudades daquela voz funda e sofrida de outras eras. Mas este é um disco de
Verão!
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