O sucesso dos Mumford & Sons construiu-se na estrada. Em
sete anos de carreira, lançaram apenas dois discos – Sigh No More (2009) e Babel
(2012) –, mas deram milhares de pequenos e grandes concertos, em casa e depois
na América, e foi aí, ao vivo, que a fama singrou. Porque esta música funciona
bem é em pubs, onde há muito tempo
nasceu, ou em grandes e pequenas arenas, que a banda enche de banjos vibrantes
e coros gritados. Uma festa, portanto, como Lisboa já comprovou, no Verão
passado, no Optimus Alive. 2013 foi, de resto, o ano de ouro dos Mumford &
Sons (M&S), com uma digressão de sucesso avassalador nos EUA, culminando no
Outono, com o segundo disco a entrar directamente para os primeiros lugares dos
tops e a vender que nem pãezinhos quentes, na América e no resto do mundo. Já
no início deste ano, surgiria a consagração e os M&S a receberiam o
galardão de melhor disco para Babel
na cerimónia dos Grammys. Há que se lhe tirar o chapéu – poucos se atreveriam a
prever tal sucesso, quando, nos primeiros anos, faziam o circuito da música
alternativa no Reino Unido, com um som um tanto inusitado: a recuperação do folk acústico, sustentado quase integralmente
em guitarras, banjos e harmonias vocais, que contavam (e contam) histórias de
amor com frequentes referências religiosas. Terá sido, pois, a persistência e o
tal ambiente de festa quase encantatória que criam em palco que lhes garantiu o
lugar de destaque que agora ocupam. É claro que se trata de um estilo com as
suas limitações e o grande desafio dos M&S será manter a máquina em
funcionamento por muitos e bons anos. Para já, nada mais se lhes pede que repitam
em Lisboa o apelo ao coro do público, talvez ao isqueiro (iphone?) nas baladas
e, seguramente, uns saltos em alguns dos temas mais conhecidos. É dia de festa
e não a vamos estragar com ideias sombrias sobre o futuro, pois não?
Sem comentários:
Enviar um comentário