Liam Finn - I'll Be Lightning ****

Há dois anos, a Rolling Stone colocou Liam Finn na lista dos novos artistas que valia a pena seguir. E fê-lo a propósito deste I’ll Be Lightning, saído primeiro na Nova Zelândia e depois no mercado internacional. Chega agora a estas paragens, numa altura em que se conhece a segunda gravação de fôlego (o EP Champagne in Seashells), do qual a revista americana ainda não deu nota.
Liam Finn sabe nadar talvez pelo facto de ser filho de peixe – mais precisamente de Neil Finn, a alma dos Crowded House. Mas saber nadar não é condição suficiente para sobreviver no mundo da música. Liam é, antes de mais, um fantástico escritor de canções, isso é o que mais sobressai deste I’ll Be Lighthing, nada mais nada menos que 14 exemplos da arte de bem compor.
É frequentemente comparado a Elliott Smith, do qual bebeu o gosto pela melodia, mas não a forte tendência depressiva. Se é verdade que a melancolia também mora aqui, a verdade é que por vezes a exuberância traz consigo a alegria, raios de sol. Estilisticamente, Liam Finn é, antes de mais, herdeiro dos songwriters dos anos 70, e nessa medida dos Beatles (“This Place Is Killing Me” e tantos outros traços melódicos que por aqui se ouvem). Mas isso é na escrita, porque na interpretação (e cabe aqui referir que Liam toca a quase totalidade dos muitos instrumentos) estamos perante alguém que bebe tudo, da folk (“Gather To The Chapel” ao psicadelismo (“Second Chance”), passando pelas guitarras como deve ser (“Lead Balloon”), até um belíssimo a cappella (“Lullaby”).
Segundo as últimas notícias, além do novo EP, Finn anda envolvido em algumas aventuras colectivas de contornos ainda pouco precisos. Vamos ouvir falar dele, certamente.

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