Florence + The Machine - Lungs ***

Nas canções de Florence vale tudo, mesmo tirar olhos. Literalmente. A receita é constante: chega de mansinho, com harpas, flautas e coisas parecidas, mas depois evolui para os bombos e aí é que são elas - desata a gritar e a debitar alguns dos versos mais violentos desde os alvores do punk. Uma espécie de Enya louca, pela veia celta, cruzada com Annie Lennox, pela estridência vocal. Florence, já perceberam, é toda ela energia e nesta dúzia de canções raramente nos dá descanso. E o problema talvez seja precisamente esse – esta é uma música um tanto cansativa. A composição é relativamente pobre – trata-se, antes, de uma persistente e algo repetitiva colagem de sonoridades, de tal maneira que, após várias audições, não se conseguem distinguir as canções umas das outras. O facto de Florence gritar do primeiro ao último segundo não ajuda. E como tudo isto gira à volta da violência sentimental/conjugal, se calhar, alguma ONG deveria tomar conta do assunto…

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