Gilberto Gil

E agora algo completamente diferente. O mais versátil e polivalente músico brasileiro da sua geração apresenta-se, desta vez, a solo em duelo com o violão. Na verdade, o filho, Bem Gil, também participa, mas o rapaz é discreto e não destoa do tom intimista desta digressão mundial do pai do tropicalismo. Sim, desta vez não há samba, não há reggae, não há banda, não há electricidade. “Luminoso” é a versão de palco de um disco gravado em 1999, destinado a acompanhar um livro com o mesmo título, mas editado comercialmente apenas em 2007. Nele, Gilberto Gil revisita alguns dos seus temas mais famosos, alguns tornados conhecidos por outros artistas, mas em versão acompanhadas apenas com o violão, o que lhes confere um tom claramente intimista. Do naipe de 15 canções assim despidas fazem parte Copo Vazio (que Chico Buarque de Holanda gravou em Sinal Fechado), Você e Você, oferecido a Gal Costa e que o autor interpreta pela primeira vez, ou ainda Preciso Aprender a Só Ser, O Compositor Me Disse ou Aqui e Agora. Ou seja, um intimismo que se construirá à volta de canções menos conhecidas, mas também dos seus maiores êxitos. E, agora que está nos 66 e que anuncia a intenção de abandonar a política e o cargo de Ministro da Cultura, o cantor revisitará ainda alguns dos temas de compositores que mais o influenciaram: When I’m Sixty Four, dos Beatles, ou No Woman No Cry, de Bob Marley. E haverá ainda lugar para alguns inéditos do próximo disco de originais, prometido para Junho.

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