Cass McCombs - Mangy Love ****

O que mais salta ao ouvido neste oitavo disco de Cass McCombs é a procura de consistência, coincidindo com uma mudança de editora e - quem sabe? - a procura do estrelato, de um músico até agora quase de culto. E isso é ainda mais evidente se tivermos em conta o marcado experimentalismo do seu disco anterior, Big Wheel and Others (2013). Consistência que, porém, não anula o amplo espectro em que McCombs se movimenta e que torna a sua música quase indefinível. Vai do psicadelismo dos anos 60 e 70 (If, um dos melhores temas desde disco, é disso um exemplo), ao funk versão anos 80 (Opposite House, em registo balada, ou In a Chinese Alley), passando pelas obrigatórias paisagens indie e americana. As letras continuam um tanto surreais, às vezes até descontroladas (Rancid Girl), excepção para as de cariz mais político (Bum, Bum, Bum, sobre a violência e as armas; Run Sister Run, acerca da misoginia).