Vitorino Voador - Vitorioso Voo **

Primeiro estranha-se. E depois também. Mesmo que pelo meio alguma coisa se entranhe, como a batida, a história, o refrão de – tinha que ser – “Carta de Amor Foleira”, o tema que antes de aqui estar já se ouvia, mercê da compilação de Novos Talentos da FNAC. É difícil perceber o que soa mais estranho neste disco. A voz monótona, sem espessura, multiplicada e distorcida em estúdio? As letras directas, por vezes sem poesia, por vezes de métrica desajustada? A composição, minimal, monótona também? Os instrumentos, a lembrar um elefante em loja de brinquedos? Tudo, na verdade, muito estranho, desconcertante, e por vezes desconfortável, até desagradável – por exemplo, o contraste entre os sintetizadores martelados e a voz monocórdica em “Que Sítio É Este”. João Gil, músico de vários projectos (Diabo na Cruz, Feromona, You Can’t Win Charlie Brown...), num primeiro disco montra de experiências sonoras peculiares.

Sem comentários: