É mentira. Nunca fomos assim tão felizes. Escusam de vir
para cá com esses coros afinadinhos, as pandeiretas, os solos de guitarra bem
comportados, os violinos celestiais, essa vozinha adolescente, quase púbere... Mas
que fazer, se a nostalgia é isso mesmo, um passado mais que perfeito?
Zooey Deschanel, actriz, e M. Ward, músico e produtor folk, encaram a nostalgia com muito
profissionalismo. Ela escreve cantigas lindas, à moda dos anos 60 e 70
(Carpenters, lembram-se?) e ele veste-as como se o tempo tivesse parado. Tudo
tão certinho, até mesmo quando a voz dela quase fraqueja e faz lembrar uma
menina, toda ela inocente.
Neste segundo volume, igualzinho ao primeiro (2008), há
canções perfeitas (“Thieves”, “Lingering Still”), outras assim-assim (“Sing”) e
ainda algumas que fogem ligeiramente ao registo e até parecem canções de autor
(“Brand New Shoes”).
A coisa, globalmente, é refrescante, adequada para a época.
Mas o consumo em doses repetidas pode provocar algum enjoo.