Barbra Streisand - Love Is The Answer *****

Uma pequena obra de arte, eis o que é este disco. Tudo nele foi pensado ao pormenor e tudo nele resulta em algo muito perto da perfeição.
Barbra Streisand, aos 67, está com uma voz de fazer inveja a algumas raparigas com a aparência que ela própria ostenta na capa (vaidades que a ciência permite…). Uma voz que não perdeu a elasticidade, mas que é agora mais aveludada, e cujo registo frequentemente sussurrante corresponde plenamente às intenções deste disco.
A voz é, obviamente, o centro de todas as canções. Mas para que a voz sobressaia é quase sempre necessário que o acompanhamento musical seja, ele próprio, de excelência. É o caso. Diana Krall assume os comandos da produção, o que incluiu a selecção das canções (fica evidente, por exemplo, a fase bossa nova que atravessa, ao incluir aqui uma canção de Luiz Bonfá e outra de Ivan Lins), mas também o acompanhamento ao piano em alguns temas.
De uma ponta à outra, em 13 canções, fala-se de amor. Não de desencontros, desgostos ou algo parecido, mas de amor-amor. Alguns clássicos mais conhecidos (“Smoke Gets In Your Eyes”, “In The Wee Small Hours Of The Morning”) e outros nem tanto.
“Ne Me Quitte Pas”, de Brel, surge aqui numa versão bilingue, sendo que a parte inglesa é a famosa, e muito liberal, tradução de Rod McKuen, interpretada como só o autor sabia, ou não tivesse Barbra a mesma intensidade dramática – cada canção é interpretada como se algo de muito pessoal se tratasse.
Defeito, este disco tem um e os seus autores nem sequer são culpados – estas canções exigem quase uma hora de total disponibilidade, em quietude, e isso já não é fácil de encontrar nos dias que correm.

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